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segunda-feira, 2 de julho de 2018
quarta-feira, 13 de junho de 2018
Sociedade doente: Segurança do Shopping tenta impedir cidadão de dar um prato de comida a crianças
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Salvador, dia 11 de junho de 2018, imagem do vídeo divulgado via Facebook |
Recebi um vídeo que está sendo divulgado na internet, de uma situação ocorrida no Shopping da Bahia (antigo Shopping Iguatemi). Um dos shoppings mais frequentados e populares da capital baiana, isso ocorre até mesmo pela sua localização, situado em frente à rodoviária de Salvador, ao lado de diversos centros comerciais e centros médicos. Região de grande circulação!
É incomodo estar num lugar e ser abordado inúmeras vezes por pedintes, muitos abordam realmente por necessidades e outros, sabemos que pelo vício. Mas há casos, que nos solidarizam. Eu não dou dinheiro, mas se eu tiver como dar um lanche, não me recuso. Como já o fiz, inclusive aqui em Curitiba, quando abordada nas proximidades do Mercado Municipal.
Mas a conduta de certas pessoas, é lamentável!
E não é por ele ser segurança, podia ser o Papa, o Presidente da República ou qualquer autoridade!
Os seguranças de shopping são orientados (ou não) e pagos para manter certa postura ante às intercorrências, inclusive banir o acesso de meninos de rua para evitar que incomodem os clientes. Contudo, e quando um cliente resolve acolher duas crianças carentes e lhes proporcionar uma refeição? Cliente esse, que aparenta ser alguém simples (um trabalhador assalariado ... gente humilde). Isso não é uma questão a ser julgada por ninguém. Se os meninos passaram pelos seguranças (sozinhos) e não foram barrados, de quem é a responsabilidade por eles terem entrado, já que este seria o problema? Os seguranças fazem o controle de quem entra e quem sai, segundo eles afirmam.
Contudo, já que os meninos estavam dentro do shopping e um cliente resolveu acatar o pedido deles e juntá-los a sua família, e partindo disto, certamente, eles já não estavam incomodando ninguém. Aí, vem um 'bostético' vestido de segurança e "resolve fazer o seu trabalho", segundo ele, mesmo que tardiamente e de modo arbitrário.
Esse garoto não está maltrapilho, com roupas rasgadas, sujo... pelo contrário. Muitas crianças que já vi circulando, não só neste shopping, mas em tantos outros da capital ou interior da Bahia, além de vários outros estados em que já visitei ou morei, não estavam muito diferentes dele. E é bem isso... o que você veste, que carro você dirige, qual a marca de seus pertences?
Gente! É um ser humano e naquele momento não estava praticando crime algum! Julgar...é algo inerente ao ser humano, sabemos disso. Mas uma hora você está em cima, com seu bom salário ou o que lhe permite ter um teto sobre sua cabeça e comida para aliviar sua fome e a de seus filhos, porém a falta de estabilidade financeira, em se tratando de Brasil, não garante nada a ninguém. Uma hora você está embaixo e aí, vai preferir ouvir a barriga do seu filho roncar?? Precisamos nos colocar no lugar dos outros!
Pelo menos, o senhor que aparece depois da confusão formada, creio eu, o chefe da segurança, soube ser racional! Controlou a situação e os ânimos. Mas observe que, ninguém que estava lá, nem se abalou, apenas a família do rapaz.
Pelo menos, o senhor que aparece depois da confusão formada, creio eu, o chefe da segurança, soube ser racional! Controlou a situação e os ânimos. Mas observe que, ninguém que estava lá, nem se abalou, apenas a família do rapaz.
Se fosse um Neymar, Ivete Sangalo ou uma celebridade com um grupo de meninos mal vestidos, sujos... quem contestaria??
Ahhhh....a velha hipocrisia!
Certamente, o gerente do Shopping faria a recepção, chamariam a mídia para fazer matéria e estampariam nas mídias com a intenção de 'elevar a imagem' do estabelecimento pela ação solidária e de humildade por receber a 'pobraiada'. Mas daí, um zé ninguém como eu e você, levar dois ditos miseráveis para comer numa praça de alimentação do shopping? Não pode!! Não dá ibope, não é positivo para o marketing, apenas 'suja' a imagem do estabelecimento. Vamos excluir, mantendo o que é conveniente!
Por falar em Ivete Sangalo... essa notícia foi recente, mas faz tempo que ela incomoda os vizinhos levando crianças carentes para brincar com o filho Marcelo.
G1 (Bahia Meio Dia) - Vizinhos da Gamboa falaram sobre a relação com a artista.
A cantora mora no Edifício Mansão Morada dos Cardeais, no Campo Grande, em Salvador, um dos points mais nobres da capital. Tem uma unidade disponível para compra, caso você queira investir, custa R$ 6.300.000,00. E aí, vai?
2018 - Chá de fralda das gêmeas: Filho de Ivete brinca com crianças carentes em condomínio de luxo e incomoda vizinhos Ivete Sangalo tem desagradado os vizinhos do condomínio onde mora por conta de algumas 'atitudes'. (Portal T5)
2016 - Esse desagrado não é recente. Veja mais...
Por um motivo inacreditável, Ivete Sangalo revolta a sua vizinhança. Os vizinhos da supertécnica do The Voice estão possessos com as crianças pobres num local frequentado por pessoas de alta renda da capital baiana. (Blasting News)
E se pesquisar sobre essa história tem mais...
Voltando ao foco do post!
Não acho errado, um cidadão pagar um prato de comida para quem tem menos.
Eu junto a minha família, por altruísmo, já distribuímos comida nas praças de Salvador aos necessitados, isso nos fez bem. Gastamos algumas horas de nossos dias, gasolina, dinheiro para comprar os ingredientes, tempo na cozinha... mas o que nos trouxe para alma e a sensação de fazer parte de algo maior que nos mesmos.
Durante o curso de Enfermagem junto com discentes de outros cursos da área de saúde da Faculdade Nobre, unimos força para ajudar um povoado carente. Um dia com atividades esportivas e de brincadeiras promovidos pela turma de Educação Física; atendimentos e orientações de Enfermagem, Serviço Social e Fisioterapia; além de arrecadação de alimentos e brinquedos para distribuir para a população. Uma experiência riquíssima para todos nós! Orientamos, mas aprendemos, ouvimos as histórias daquelas pessoas, pois priorizamos o atendimento holístico, nos emocionamos. Cientes de que não resolveríamos, mas amenizaríamos o sofrimento de alguém, sem esperar nada em troca.
E se, uma daquelas pessoas um dia, irá sacar uma arma ou tentar nos assaltar ou o que quer que seja... não nos cabe julgar. Ajudar seja a quem for, ao ser humano ou animal, a ter um momento melhor e nos permitir ser sensíveis ao que nos rodeia, mesmo quanto à preservação ambiental. Pois assim, podemos nos tornar mais humanos, deixar cair por terra a empáfia que nos cega. Para onde todos vamos ao morrer? Não sei! Todavia, já nascemos pelados e não levaremos dinheiro, pertences ou poder ao morrer.
E se, uma daquelas pessoas um dia, irá sacar uma arma ou tentar nos assaltar ou o que quer que seja... não nos cabe julgar. Ajudar seja a quem for, ao ser humano ou animal, a ter um momento melhor e nos permitir ser sensíveis ao que nos rodeia, mesmo quanto à preservação ambiental. Pois assim, podemos nos tornar mais humanos, deixar cair por terra a empáfia que nos cega. Para onde todos vamos ao morrer? Não sei! Todavia, já nascemos pelados e não levaremos dinheiro, pertences ou poder ao morrer.
O nosso papel social é ter atitude, é agir ativamente em prol de um país melhor, não deixando a responsabilidade apenas nas mãos dos Entes Federativos (União, Estados e Municípios), pois sem a participação popular para fiscalizar e cobrar nada acontece. A começar pela educação, que não se limita as disciplinas escolares, a educação deve se estender para todos os campos, desde a concepção de valores e ética, além de firmar a ideia de que somos não somente cidadãos brasileiros, mas cidadãos do mundo! O ato de persistir na exclusão das diversidades, de ignorar os contrastes sociais não vai resultar em nada, pelo contrário, apenas aumentar as desigualdades sociais. Um país rico como nosso e com valores tão distorcidos. Precisamos já de uma transformação de dentro para fora.
Assistam essa barbárie:
Que sociedade doente a nossa!!
Aqui pobre não defende pobre e não concorda com que faz isso!
Não importa qual seja a função/cargo...
- Polícia não defende cidadão respeitando o lema do próprio juramento;
- Agentes de trânsito com 'síndrome de pequinês' que julgam quem tem ou não pela marca do carro, aplicando multas indevidas, destratando cidadãos e 'respeitando o doutor' de gravata e roupa social;
- Políticos que não defendem interesses populares;
- Professores que não estão aqui para educar filho de pobre ou lhe dar a mínima esperança de um futuro melhor;
- Grandes empresas do ramo alimentício que não abrem mão nem de alimentos que estão prestes a vencer para ceder aos que não tem dinheiro para comprar seus refugos, suas sobras de final de dia - tudo vai para o lixo (onde há miseráveis, abaixo da linha da pobreza para catar o que é desprezado ou descartado);
- Igrejas que vendem a fé como item de luxo, etc.
E para onde vai a cidadania?? Será que esse conceito é compreendido pela sociedade brasileira?
O que é ser cidadão??
Até quando, a viseira de burro vai existir nos olhos das pessoas?
Um país desunido, onde o pobre só pensa no mal do pobre e onde os que tem mínimas condições dignas para viver seguem com suas vidas, fingindo não ver as 'coisas feias' existentes ao seu redor.
Claro, é mais fácil ignorar e dizer, o que eu posso fazer? Ainda mais, que os próprios ditos 'pobres' não buscam soluções. Pela pirâmide social, são maioria e as estatísticas provam. E até quando serão apenas números? Muitos países ressurgiram do nada para transformarem-se em potência, porque o povo se uniu. O Brasil continua cego, surdo, mudo e insistindo no 'politicamente correto'.
A ideia de união até serviu como slogan para o Governo que "Juntos somos mais fortes". Sim, juntos, aliados e morrendo abraçados nesse mar de corrupção, realmente juntos são mais fortes, um escondendo os podres dos outros. A população não compreendeu a essência dessa frase.
Vai demorar para crer que o Brasil é o país do futuro como dizia Renato Russo. O que se mantém é a pergunta "Que país é esse?"
sábado, 7 de abril de 2018
Sociologia: Karl Marx x Educação
Suas ideias são clássicas e atemporais, pois podemos aplicá-las na nossa atualidade!!
Max faz crítica severa ao capitalismo, devido à exploração do trabalhador. E na educação...
Conhecimento é poder!
O sistema de elite é para atender as classes dominantes!
Sabemos que as escolas de elite preparam seus estudantes para uma vida competitiva, para o mundo capitalista. Há escolas que oferecem uma diversidade de atividades (línguas e esportes diversos), estrutura 'de shopping center', materiais primorosos, professores com qualificações diferenciadas, qualidade de ensino que prepare para o vestibular, ENEM e disputas internacionais... enquanto, as escolas públicas, dificilmente oferecem carteiras adequadas, material ou estrutura digna, além de professores mal-remunerados e mal-preparados.
Daí, vemos claramente o sucateamento da escola pública, falta de verba em pesquisa e educação... se preparar o pobre para a competitividade do mercado, reduz o espaço da elite. E já sabendo que a maioria da população é focada no consumo, principalmente a classe média que consome mais do que os extremamente ricos e os extremamente pobres. Quanto mais alienação, melhor! Ninguém reclama, elite (inclusive os políticos - em tese, empregados do povo/muito bem remunerados, por sinal) segue com sua vidinha de viagens e consumo; pobre segue passando necessidade, sem moradia digna, alimentação decente e outros itens básicos de sobrevivência...Educação básica soterrada na precariedade. Se adoecer? SUS... em que condições? Quanto tempo numa fila para ser atendido?? Às vezes, não dá tempo. E quem tem plano de saúde? Diversas limitações, inclusive ter que esperar meses para conseguir uma simples consulta, pois alguns médicos priorizam atendimento particular. Autonomia do povo? Zero!
Sem contar, que aqueles professores que atuam em instituições públicas e privadas, simultaneamente, agem de modo distinto, não generalizando!
Educação é uma ferramenta poderosa, não é para menos que vemos explicitamente o sucateamento das escolas públicas. Quanto menos conhecimento ao dispor do povo, mais a alienação se faz presente, prova disso é a reprodução de ideias (repetição de ideias sem buscar embasamento ou fundamentação) que prejudicam mais aos menos favorecidos, assim como aceitação de uma realidade injusta e a desigualdade social que parece não ter solução.
Proletários - desprovidos de meios, sem autonomia.
Burguesia - Lembrando que quem condicionou a Revolução Francesa, foi a burguesia. São donos dos meios de produção, da política e economia... com isso, podem produzir sua própria história (classe dominante).
O professor/educador para fazer a diferença deve ter uma boa preparação/formação, comprometimento, direitos assegurados, salário justos... motivação.
Qual a justificativa para a privatização do sistema de ensino no país??
Profissionais da educação tem baixos salários, precariedade da formação inicial dos professores, burocratização dos trabalhos do docente... temos provas incontestáveis da intenção de sucateamento da educação como afirma a Professora Marília Freitas no artigo A contribuição da Sociologia da Educação para a compreensão e educação escolar. Inclusive já postei sobre ele como indicação aqui no blog.
Conhecimento é poder!
O sistema de elite é para atender as classes dominantes!
Sabemos que as escolas de elite preparam seus estudantes para uma vida competitiva, para o mundo capitalista. Há escolas que oferecem uma diversidade de atividades (línguas e esportes diversos), estrutura 'de shopping center', materiais primorosos, professores com qualificações diferenciadas, qualidade de ensino que prepare para o vestibular, ENEM e disputas internacionais... enquanto, as escolas públicas, dificilmente oferecem carteiras adequadas, material ou estrutura digna, além de professores mal-remunerados e mal-preparados.
Daí, vemos claramente o sucateamento da escola pública, falta de verba em pesquisa e educação... se preparar o pobre para a competitividade do mercado, reduz o espaço da elite. E já sabendo que a maioria da população é focada no consumo, principalmente a classe média que consome mais do que os extremamente ricos e os extremamente pobres. Quanto mais alienação, melhor! Ninguém reclama, elite (inclusive os políticos - em tese, empregados do povo/muito bem remunerados, por sinal) segue com sua vidinha de viagens e consumo; pobre segue passando necessidade, sem moradia digna, alimentação decente e outros itens básicos de sobrevivência...Educação básica soterrada na precariedade. Se adoecer? SUS... em que condições? Quanto tempo numa fila para ser atendido?? Às vezes, não dá tempo. E quem tem plano de saúde? Diversas limitações, inclusive ter que esperar meses para conseguir uma simples consulta, pois alguns médicos priorizam atendimento particular. Autonomia do povo? Zero!
Sem contar, que aqueles professores que atuam em instituições públicas e privadas, simultaneamente, agem de modo distinto, não generalizando!
Educação é uma ferramenta poderosa, não é para menos que vemos explicitamente o sucateamento das escolas públicas. Quanto menos conhecimento ao dispor do povo, mais a alienação se faz presente, prova disso é a reprodução de ideias (repetição de ideias sem buscar embasamento ou fundamentação) que prejudicam mais aos menos favorecidos, assim como aceitação de uma realidade injusta e a desigualdade social que parece não ter solução.
Paulo Freire na obra 'Pedagogia do Oprimido', refere que é necessário ter conhecimento para construir sua própria história.
Proletários - desprovidos de meios, sem autonomia.
Burguesia - Lembrando que quem condicionou a Revolução Francesa, foi a burguesia. São donos dos meios de produção, da política e economia... com isso, podem produzir sua própria história (classe dominante).
O professor/educador para fazer a diferença deve ter uma boa preparação/formação, comprometimento, direitos assegurados, salário justos... motivação.
Qual a justificativa para a privatização do sistema de ensino no país??
Profissionais da educação tem baixos salários, precariedade da formação inicial dos professores, burocratização dos trabalhos do docente... temos provas incontestáveis da intenção de sucateamento da educação como afirma a Professora Marília Freitas no artigo A contribuição da Sociologia da Educação para a compreensão e educação escolar. Inclusive já postei sobre ele como indicação aqui no blog.
quinta-feira, 5 de abril de 2018
Sociologia: Fatos sociais e Solidariedades de Durkheim
Para Durkheim, a sociologia, por finalidade, não só explicar a sociedade como também encontra soluções para a vida social. Ele pode ser considerado um evolucionista, porque considerava que todas as sociedades haviam evoluído a partir da horda, a forma social mais simples, igualitária, reduzida a um único segmento onde os indivíduos se assemelhavam aos átomos, isto é, se apresentavam justapostos e iguais.
Segundo ele, a Sociologia aparece como conhecimento científico, como uma espécie de autoconsciência da sociedade. Durkheim se propôs a tarefa de realizar uma teoria da investigação sociológica e concluiu esta tarefa, embora em condições difíceis e com um êxito que só pode ser contestado quando se toma uma posição diferente em face das condições, limites e ideais de explicação científica na Sociologia. Também, se esforçou para emancipar a Sociologia das demais teorias da sociedade, dando-lhe objetividade e autonomia.
O objeto de estudo da Sociologia, segundo Durkheim são os fatos sociais, que são caracterizados pela coerção social, ou seja, a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformar-se às regras da sociedade em que vivem, independentemente, de sua vontade e escolha; que eles existem e atuam sobre os indivíduos independentemente de sua vontade ou de sua adesão consciente, ou seja, são exteriores aos indivíduos e pela generalidade.
Na sua concepção de fato social, Durkheim afirma que o sociólogo deve olhar para os fenômenos sociais como coisas, controlando suas prenoções e se pautando pela objetividade comum a outros ramos da ciência.
É social todo fato que é geral, que se repete em todos os indivíduos ou pelo menos, na maioria deles., exemplos disso são: Modos de vestir, a língua, o sistema monetário, a religião, as leis, etc.
"O estudo da solidariedade pertence pois à Sociologia. É fato social que só se pode conhecer por meio de seus efeitos sociais."
O objetivo máximo da vida social, de acordo com Durkheim é promover a harmonia da sociedade consigo mesma e com as demais sociedades. Segundo ele, a sociologia não tem o objetivo de comparar as diversas sociedades pelo fato de que todo comportamento humano, por mais diferente que se apresente, resulta da expressão de características universais de uma mesma espécie. E que através do processo evolutivo, foi possível uma série de combinações das quais originaram-se outras espécies sociais identificáveis no passado e no presente, tais como os clãs e as tribos.
- A escola é um fato social e – como instituição – cumpre um relevante papel na formatação do comportamento individual em consonância com as regras e valores presentes na consciência coletiva.
- A arquitetura das casas também constitui um fato social, na medida em que seguimos padrões e obedecemos a um senso estético exterior às nossas consciências individuais.
- O sistema eleitoral é um fato social, porque pertence à esfera da vida política.
Fato normal x Fato Patológico
- Fato normal é aquele fato que não extrapola os limites dos acontecimentos mais gerais de uma determinada sociedade e que reflete os valores e as condutas aceitas pela maior parte da população. Ex. O casamento, a educação, a escola, a religião, etc
Para Durkheim a normalidade do fato social só pode ser entendida em função do estágio social da sociedade em questão, pois do ponto de vista puramente biológico, o que é normal para o selvagem não o é sempre para o civilizado, e vice-versa.
- Fato Patológico é aquele que se encontra fora dos limites permitidos pela ordem social e pela moral vigente. Os fatos patológicos, como as doenças, são considerados transitórios e excepcionais. Exemplo: O crime.
“O homicídio constitui um ato odioso em tempos normais e não o é em tempos de guerra, porque não há neste caso um preceito que o proíba. Isto é, um ato, intrinsecamente o mesmo, que pode ser condenado hoje por um país europeu, pode não sê-lo na Grécia, simplesmente porque não violava, pois, na Grécia nenhuma norma preestabelecida.”
DURKHEIM, Émile. Sociologia y Filosofia, p. 160, Buenos Aires. Kraft, 1951.
Em sua obra As Regras do Método Sociológico, Durkheim formula com clareza os passos da construção desse objeto.
- Para ele, os indivíduos possuem uma constante compulsão para subverter as regras sociais ou o acordo coletivo, sendo necessário, por isso, a atuação de órgãos de repressão como a polícia, para garantir a ordem e o respeito às hierarquias.
- A intensa divisão do trabalho social que caracteriza a sociedade industrial moderna, leva, inevitavelmente, à predominância de uma solidariedade orgânica, uma vez que é no dia-a-dia que a interdependência entre os indivíduos pode ser observada, garantindo a coesão social, e comprovando o maior avanço social da sociedade industrial comparado à sociedade primitiva.
- Uma vez identificados e caracterizados os fatos sociais, sua preocupação dirigiu-se à conduta necessária ao cientista social. Para ele, é necessário que o pesquisador afaste as suas prenoções e sentimentos pessoais para garantir a objetividade do conhecimento.
Segundo Durkheim, em Educação e Sociedade (1975, p.45), “todo o sistema de representação que mantém em nós a idéia e sentimento da lei, da disciplina interna ou externa, é instituído pela sociedade.” Ou seja, cabe à educação constituir no homem a capacidade de vida moral e social.
As sanções que o indivíduo sofre quando tenta se rebelar contra as normas e regras sociais são: legais ou espontânea.
- Legais são as sanções prescritas pela sociedade, sob a forma de leis, nas quais se estabelece a infração e a penalidade subsequente. Ex. As multas de trânsito.
- Espontâneas seriam as que aflorariam como decorrência de uma conduta não adaptada à estrutura do grupo ou da sociedade à qual o indivíduo pertence. Ex:
Os tipos de solidariedade social que exploram a teoria sociológica de Émile Durkheim sobre as formas de associação humana em sociedades diversas. O início da Revolução Industrial marcou, para Durkheim, a transição das sociedades tradicionais para as sociedades modernas. Consequentemente, marcou também o período de transição entre os tipos de solidariedades sociais.
Durkheim argumentou que a nova lógica econômica industrial, a explosão demográfica e a crescente especialização do trabalho foram os grandes responsáveis pela transição entre as sociedades tradicionais e as sociedades modernas.
As sociedades tradicionais, segundo o autor, estavam estruturadas em torno de um agrupamento de valores que seriam comuns a todos aqueles que faziam parte do grupo.
Durkheim argumentou que foi diante da grande explosão populacional e do consequente aumento da “densidade moral”, ou seja, o aumento do contato entre diferentes valores e costumes que existiam nos diferentes grupos quando fragmentados, que a força de policiamento moral que as sociedades tradicionais possuíam diminuiu.
Consciência Coletiva surge pela primeira vez na obra "Da divisão do trabalho social", representa o conjunto de crenças, hábitos e sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade, agindo sobre as consciências individuais e estabelecendo um padrão de comportamento. É importante, portanto, entendermos que o conceito de solidariedade no trabalho de Durkheim faz alusão à existência de uma consciência coletiva, um conjunto de valores, noções morais, ideias e costumes que são compartilhados entre os sujeitos de um grupo. Surge como regras fortes e estabelecidas que delimitam o valor atribuído aos atos individuais, definindo o que, numa sociedade, é considerado "imoral", "reprovável" ou "criminoso".
A solidariedade orgânica é própria dos “organismos” sociais pós-capitalistas. Define-se como aquela em que a coesão se dá pela diferenciação das funções. A solidariedade orgânica para Durkheim estaria pautada pela individualização do sujeito social. Em outras palavras, a fortificação das personalidades em detrimento da integridade da consciência coletiva.
A solidariedade mecânica estava inserida na realidade das sociedades tradicionais, anteriores à modernidade, em que o consciente coletivo restringia as ações do indivíduo, que pautava suas decisões em favor das suas ações com as do seu mundo social. O que resultava em uma coesão social muito mais forte e ao mesmo tempo em um policiamento muito mais rigoroso em relação ao comportamento do indivíduo, impossibilitando o desenvolvimento de personalidades de caráter individual, o que seria o ponto de diferenciação entre as organizações modernas e as tradicionais.
segunda-feira, 2 de abril de 2018
Sociologia da Educação: Émile Durkheim
Revisão de Sociologia - aula da Prof. Marli (FSB) - parte 1
A sociologia é uma ciência social humana e através dela podemos compreender a estrutura interna dos grupos.
A ciência é aquilo que produz conhecimento, portanto a sociologia produz conhecimento sobre a sociedade, de modo que a filosofia não é considerada uma ciência, porque não tem pretensão de apresentar verdades. Contudo, ela incita o pensamento, permitindo uma reflexão mais profunda.
Objetivo da sociologia: Estudar os grupos sociais, ou seja, a sociedade.
Pontos observados nos grupos sociais: valores, comportamentos, ética e moral (sem moralismo), organização social (dinâmica de vivência), questões culturais, leis, instituições, burocracias, etc.
- A revolução industrial que veio amparada pelo pensamento iluminista da Revolução Francesa foi reflexo da superestimação das ciências da natureza como a verdadeira forma de construção do conhecimento. A sociologia surgiu diante da necessidade de se compreender os novos fenômenos sociais que fervilhavam em meio à nova sociedade industrial que se formava nas cidades. (Mundo Educação)
Os principais fatos histórico-sociais que propiciaram o surgimento da sociologia como ciência, foram a Revolução Industrial e a Revolução Francesa.
No contexto das revoluções do século XVIII:
- na Revolução Industrial (1750)
* Mudança na estrutura econômica - Pioneirismo Inglês (Máquina a vapor)
Marcou a desagregação do Sistema Feudal e consolidação do Capitalismo.
Inglaterra tinha um projeto de país engajado em indústria e comércio internacional.
Contextualizando: Novo modo de produção, novas relações de produção

Resumindo, a produção artesanal familiar perde espaço para as fábricas, que ocupam espaços urbanos e destina grande parte da sua produção para a exportação. Resultado dessa história, operários explorados com longa horas de trabalho, partindo disso surgiram os primeiros movimentos operários.
Formação de duas classes sociais distintas: proletariado e burguesia industrial.
Fatores para que o processo industrial fosse iniciado na Inglaterra no século XVIII:
- Chegada da burguesia inglesa ao poder político (séc XVII). Essa ascensão, proporcionou maior participação política da burguesia no Parlamento, desde 1688 (Revolução Gloriosa).
- Ingleses acumularam capital por séculos devido ao monopólio comercial durante a Expansão Marítima europeia, desde o século XVII.
- EUA era colônia que oferecia matéria-prima, navios; Comércio com as colônias da Espanha; Participação do comércio na Ásia; Tratado com Portugal (1703) - fornecia tecido para Portugal; etc.
- Uso capitalista do solo que gerou fluxo migratório para cidades industriais, justificado pelo Cercamento: Situação em que os grandes proprietários rurais, valendo-se de decretos reais, incorporavam as terras comunais, e estas eram utilizadas para a criação de ovinos objetivando a produção de lã (matéria-prima da produção de tecidos) nas pioneiras manufaturas têxteis. Essas terras, anteriormente, pertenciam à Igreja Católica e aos camponeses, que foram expulsos de suas terras e obrigados a migrar para as cidades em busca de trabalho nas indústrias. Ou seja, sobra terra para ovelhas e falta para os homens. Fato que gerou inchaço urbano; baixa qualidade de vida (miséria, mendicância, alcoolismo); prostituição; exploração da mão-de-obra feminina; exploração do trabalho infantil; problemas de saúde pública como epidemias, etc.
- A Inglaterra era dotada de fontes de energia natural (carvão e ferro). Havia importantes reservas de minério de ferro e carvão que posteriormente, tornou-se o principal combustível das inovações técnicas, a exemplo da máquina a vapor (substituta das máquinas movidas à força humana). Troca da força motriz humana pela força mecanizada, o que consequentemente aumentou a produtividade.
- Mão-de-obra disponível
- Matéria-prima disponível/mercado consumidor/poderosa marinha mercante.
- Ética Protestante - acreditam numa necessidade de ser produtivos, acordar cedo e estar disposto a produzir, trabalhar. Porque a ética protestante fala em produtividade, ser autônomo e não depender de terceiros. Crença da aprovação divina, em que se trabalha para progredir e prosperar. Trabalho como caminho da salvação, tendo na ascensão social como benção de Deus. Foco em negócio próprio, ter riqueza, família.. Diferente do católico da época, por exemplo: um nobre francês católico que enxergava o trabalho como algo para escravos.
* Lembrando que, a Revolução Industrial no Brasil, só chegou depois.
Fontes: Mundo Educação * Blog do ENEM
Émile Durkheim é considerado um dos fundadores da sociologia moderna.
Viveu na sociedade do século XIX em transformação devido aos desdobramentos da Revolução Francesa e Industrial, sofrendo as influências das ideias iluministas que apostavam no progresso da humanidade e na necessidade de se criar um novo sistema moral e científico mais condizente com a sociedade industrial.
Influenciado pelo Positivismo de Auguste Comte (1798-1857), que está presente em seu método de estudo: a sociedade deveria ser estudada por meio da observação e experimentação.
A relação entre a Revolução Industrial e o surgimento da Sociologia como ciência:
A ideia de uma ciência voltada para o estudo das sociedades e os fenômenos sociais surgiu por meio das observações dos intelectuais interessados pelo estudo dos novos fenômenos que surgiam nos meios urbanos crescentes. No entanto, essa nova área do conhecimento só se estabeleceu de fato como Sociologia com os trabalhos de Émile Durkheim. A consolidação do modelo econômico baseado na indústria conduziu a uma grande concentração da população no ambiente urbano, o qual acabou se constituindo em laboratório para o trabalho de intelectuais interessados no estudo dos problemas que essa nova realidade social gerava.
Durkheim concentra sua atenção na divisão do trabalho, que é um fato social presente em todos os tipos de sociedade. Nas sociedades capitalistas, o trabalho é pensado como uma atividade funcional que deve ser exercida por um grupo específico: os trabalhadores. Durkheim entende a divisão social entre trabalhadores e empregadores como uma divisão funcional. Divisão entre aqueles que devem cumprir uma atividade de organização da produção e mando (os empregadores) e os que devem desenvolver uma atividade produtiva (os trabalhadores). Essa divisão, como extensão da divisão do trabalho, promove a coesão social e, por isso, deve ser preservada socialmente. No entanto, nessa divisão há problemas que Durkheim vê como doenças sociais que devem ser corrigidas para que o todo social se desenvolva adequadamente. Se há excessos por parte de capitalistas ou de trabalhadores, deve-se regulamentar suas atividades a fim de alcançar o equilíbrio e garantir a integração social das partes envolvidas. Dessa forma, o lema de Durkheim prevalece: as partes (os indivíduos) devem submeter-se de modo a garantir a permanência do todo (a sociedade). De um lado, o capitalista não se deve deixar levar pelo egoísmo do lucro exacerbado, de outro, o trabalhador não deve questionar sua funcionalidade dentro da divisão do trabalho. Para ele, quanto mais especializado é o trabalho, mais laços de dependência se formam. Assim, quanto mais desenvolvida for a divisão do trabalho, maior será a teia de relações de dependência entre os indivíduos (um padeiro depende de um agricultor, que depende de um ferreiro, e assim por diante).(Blog do Chicó)
- na Revolução Francesa (1789-1799).
* Mudança na estrutura política - novas relações de poder.

França - Século XVIII - Período de extrema injustiça social na época do Antigo Regime.
Em 1787, antes mesmo do início da Revolução, houve a Revolta dos Notáveis - momento que a população começou a mostrar a sua insatisfação de forma popular.
Em 1789, a população da França era a maior do mundo. Os acontecimentos da Revolução Francesa iniciaram no dia 05 de maio de 1789, e seguiram até 09 de novembro de 1799. Trouxe o fim do arcaico sistema absolutista e os privilégios da nobreza.
Sistema de governo: Monarquia Absoluta. Rei com poderes absolutos (justiça, economia, política, religião).
Dividida em três estados: O Primeiro estado representado pelo clero (alto e baixo clero) e o Segundo estado pela nobreza (cortesão, provincial ou de Toga). Privilégios desses dois grupos: não pagavam impostos. Fato que incomodou o Terceiro estado. A corte de Luís XVI controlava a França e o custo de seus luxos eram exorbitantes. Isso foi o marco para que a população clamasse pelo fim do absolutismo monárquico, assim como com todos os privilégios que eram possibilitados ao clero e principalmente à nobreza. O Terceiro Estado era formado pelos trabalhadores urbanos, camponeses e a pequena burguesia comercial. Os impostos eram pagos somente por este segmento social com o objetivo de manter os luxos da nobreza. Influenciados pelas ideias iluministas, revoltaram-se contra os outros segmentos e passaram a lutar por igualdade.
Crise na Economia Francesa: Agricultura enfrentando problemas como secas e inundações; indústria têxtil em concorrência com os ingleses e o comercio prejudicado por estes fatos. O povo sofrendo com a fome, miséria, desemprego e marginalização.
Períodos de política turbulenta: governos de império, ditadura e monarquia constitucional.
Fases da Revolução: Assembleia Constituinte; Assembleia Legislativa; Convenção Nacional; O Diretório.
Queda da Bastilha - A Bastilha era o símbolo do absolutismo francês e sua destruição se tornou o ícone da Revolução Francesa de 1789.
A Revolução Francesa foi extremamente sangrenta. O que nos leva a pensar, quanto de violência justifica uma transformação social?
- De acordo com Émile Durkheim, os fatos sociais são características que moldam o comportamento dos indivíduos em sociedade. Os fatos sociais são definidos pelo autor como Exteriores ao indivíduo, coercitivos e generalizados, em outras palavras, são modos de agir, de pensar e de sentir, que são exteriores ao indivíduo, e exercem sobre ele uma coerção.
- Ele acreditava que Sociologia deveria abster-se de estudar as individualidades dos sujeitos e debruçar-se sobre estudos generalistas acerca dos fatos sociais, que foram definidos por esse pensador como os aspectos de nossa sociedade que moldam as nossas ações em sociedade, tais como a língua, o Estado e a moral. Portanto, os fatos sociais eram exteriores ao indivíduo, pois não dependiam dele para existir; coercitivos, pois a não conformação do sujeito resultava em punição; e generalizados, já que atingiam a todos os integrantes de uma sociedade.
- A sociologia, para Durkheim, deveria ocupar-se do estudo das sociedades no intuito de entender a fundo os processos sociais que formam a realidade social do Homem, atentando principalmente aos aspectos gerais, e não aos individuais.
Durkheim acreditava que o principal papel da Sociologia era entender os aspectos gerais das sociedades e da realidade do homem social. Para tanto, era preciso considerar principalmente os aspectos gerais, em busca da formulação de uma lei geral do funcionamento social.
"Coisa"
O método utilizado por Durkheim para estudar a sociedade aproxima-se daquele das ciências naturais que busca pela objetividade. Ao observar um fato social o sociólogo deve considerá-lo como “coisa”, como algo externo, procurando afastar as prenoções que carrega acerca daquele fato, libertar-se de falsas evidências, dos preconceitos, de seus sentimentos ou paixões. Deve-se adotar a prática cartesiano da dúvida metódica.
Assista o vídeo documentário sobre Durkheim e a análise dos fatos sociais.
terça-feira, 27 de março de 2018
quarta-feira, 14 de março de 2018
Sociologia da Educação - Indicação de texto/vídeo
Vídeo - Leitura (resumida) do texto "A contribuição da Sociologia da Educação para a compreensão da educação escolar", de Marília Freitas de Campos Tozoni-Reis.
É importante a leitura do texto na íntegra e se possível fichamento para uso posterior.
É importante a leitura do texto na íntegra e se possível fichamento para uso posterior.
Texto na íntegra: /A contribuição da Soc. da Educação ... - Marília F. de C. Tozoni-Reis
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