O PENSAMENTO DE PAULO FREIRE NA FORMAÇÃO DE
EDUCADORES: REFLEXÕES SOBRE A EDUCAÇÃO DE
JOVENS E ADULTOS E A FORMAÇÃO DE LICENCIADOS
EM PEDAGOGIA
1. Contextualização da temática
Tripé do papel da universidade: ensino, a pesquisa e a extensão.
Objetivo deste estudo: Apresentar algumas reflexões inerentes, preponderantemente, ao ensino.
Na formação de professores da primeira etapa do Ensino Fundamental e de
pedagogos no Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Paraná, a partir de sua
reformulação curricular em 1996, introduzem-se duas disciplinas obrigatórias -
Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos, no primeiro ano e Estrutura e
Funcionamento da Educação de Jovens e Adultos, no terceiro ano.
No estudo dos fundamentos teórico-metodológicos, do histórico e das políticas
educacionais para a Educação de Jovens e Adultos, o pensamento de Paulo Freire
apresenta-se como fundamento balizador, tendo em vista a influência das idéias de deste
autor, no que se refere, dentre outros, à alfabetização de adultos, a educação popular, bem
como, a sua participação na gestão educacional, vivida diretamente por ele na
administração da educação na cidade de São Paulo, em que demonstra, claramente, a não
neutralidade da educação e de seus envolvidos, ou seja, a sua politicidade. Mostra também,
que a educação não pode tudo, mas pode alguma coisa e como tal, pode contribuir, numa
perspectiva progressista, para a transformação da sociedade na qual se insere.
Além disso, a atualidade de sua Pedagogia, se afirma porque se reconhece nela a
importância
da consciência, que porém, não é vista (...) como fazedora arbitrária do
mundo; é a importância manifesta do indivíduo, sem que se lhe atribua a
força que não tem; é o peso, igualmente reconhecido, em nossa vida,
individual e social, dos sentimentos, das paixões, dos desejos, do medo, da
adivinhação, da coragem de amar, de ter raiva. É a defesa veemente de
posições humanistas que jamais resvalam em pieguismos.
É a compreensão da história em cujas tramas o livro procura entender o de que fala, é a recusa a posições dogmáticas sectárias, é o gosto da luta permanente, gerando esperança, sem a qual a luta fenece. É a oposição (...) contra os neoliberalismos que temem o sonho (...) em nome das adaptações fáceis às ruindades do mundo capitalista.” (FREIRE, 1992, p. 179 -180).
É a compreensão da história em cujas tramas o livro procura entender o de que fala, é a recusa a posições dogmáticas sectárias, é o gosto da luta permanente, gerando esperança, sem a qual a luta fenece. É a oposição (...) contra os neoliberalismos que temem o sonho (...) em nome das adaptações fáceis às ruindades do mundo capitalista.” (FREIRE, 1992, p. 179 -180).
*** Nesta citação, Freire refere-se ao livro Pedagogia do Oprimido. Porém, entende-se que é possível estender as explicações de sua atualidade para as demais obras do autor.
A educação se materializada na relação entre professor e aluno. De modo que não há um educador, se não há um aluno. Une-se teoria a prática, e assim constitui-se o processo educacional, bem como os resultados obtidos.
Grande diferencial de Paulo Freire, principalmente - Desenvolveu e estudou teorias, aplicou-as na vivência do ensino de EJA. Professor + aluno = sujeitos ativos no processo ensino aprendizagem, não são objetos um do outro. O professor não só ensina e o aluno não só aprende, esse processo é feito por troca. Ensinar não é simplesmente transmitir conteúdos.
O foco: quais exigências direcionadas ao processo de ensino?
Criticidade - tanto do professor quanto a ser gerada ao aluno. Quando pensamos no aluno, o professor deve valorizar conhecimentos prévios, baseado em experiência e processos formais (escola). O conhecimento formal e experiências se complementam. O educando parte do senso comum (visão ingênua da realidade) e parte para a visão epistemológica (mais racional, crítica).
Rigorosidade metodológica de Paulo Freire - fidelidade do professor com princípios de ensino, lançar desafios pata capacidade crítica. Ofereço objeto aparentemente pronto e o provoco! Estímulo a um novo olhar.
Pesquisar - criticar - buscar o novo, novos conceitos, novas estruturas de pensamento, quebrar paradigmas, quebrar imposições sociais dominantes. É um desafio importante!
Focar no diálogo e não em memorização. Não consumir a risca as matérias do currículo escolar, fugir do senso comum. Reestruturar pensamentos e quebrar ideologias. A partir de pesquisa e estímulos, desafio educacional é não limitar aprendizagem, tanto aluno quanto professor.
Pedagogia de tendência progressista: Aprender a aprender, construir conhecimento, preparar o aluno para transformar a sociedade. Diálogo com os educandos, ter uma abertura ou canais de comunicação. Com intuito de possibilitar a expressão, permitindo a consideração e expressão de saberes construídos pelos alunos em suas comunidades. O que permite ao educador, conhecer esse alunos, valorizar suas experiências, sua história de vida, seus saberes prévios, seus problemas, aspectos que consideram importantes, o que ele almeja. Isso auxilia o aluno a buscar seus sonhos, é um suporte necessários para novas conquistas. O professor precisa ser humilde e o aluno precisa ter esperança.
Estética e ética - ao ensinar, o professor tende a dar uma educação moral. No quesito ética+moral, pode-se buscar humanidade, o que influencia nas atitudes do educando. Uma reflexão para que ele se aproprie de valores indispensáveis a vida humana. Isso também é ensinado na escola, não impondo moralismo.
Ensinar é dar exemplo - o professor precisa ser um espelho! Se o professor quer ensinar o aluno a ser um leitor, ele também tem a obrigação de ser, se exige do aluno a capacidade de ser um bom escritor, do mesmo modo, o professor também tem que ser um bom escritor. E se exige a capacidade crítica, não há como fugir dessa obrigação.
Discriminações de quaisquer tipo devem ser banidas, o educador deve ter cuidado com os preconceitos implícitos na fala. O ambiente deve ser propício para a permanecia do aluno, pois se o educando sente-se ferido, vai ocasionar evasão. Portanto, deve-se promover o acolhimento.
Indivíduo reconhece sua situação - Pensamento crítico da realidade, auto avaliar-se quanto ao preparo para lidar com diversidades. Rejeição à discriminação, valorizando diversidades. Discriminação ocorre de diversos modos (cultural, étnica, opção sexual, nível de aprendizado, etc). O professor deve ser crítico e humilde, dar esperança.
Curiosidade Epistemológica - buscar todos os fundamentos científicos que amparam o ensino aprendizagem. Discutir, debater, ir além de observação, ter curiosidade, buscar novos desafios a partir da pesquisa , desconfiar o determinado objeto. Professores decoram aula e todos percebem, o ideal é domínio de conteúdo para articular com discussões e problematizar o que pesquisou. Aprofundar a capacidade de síntese, coesão, compreensão.
Com tudo isso, discutir a educação brasileira em geral e a Educação de Jovens e
Adultos em particular, em um curso de licenciatura não pode prescindir de apresentar e
discutir as idéias de Paulo Freire, tomado a partir da leitura de suas obras e não apenas a
partir do que sobre ele foi escrito.
1.2 O Curso de Pedagogia:
Antes de apresentar um dos trabalhos desenvolvidos a partir das idéias de Freire, nas disciplinas sobre a Educação de Jovens e Adultos, considero fundamental caracterizar, embora grosso modo, o perfil dos alunos e alunas com os quais trabalhamos no Curso de Pedagogia, no que se refere à formação e inserção profissional.
Relato da autora: Em 1997, a Secretaria de Educação do Estado do Paraná implantou, de forma compulsória, o Programa de Expansão, Melhoria e Inovação no Ensino Médio do Paraná - PROEM, a partir do qual as matrículas neste nível de ensino seriam feitas, exclusivamente, em cursos de educação geral, proibindo-se, desta forma, as matrículas em cursos de Ensino Médio profissionalizantes, inclusive nos cursos de Magistério em escolas estaduais. Com isso, muitos alunos, quando ingressam no Curso de Pedagogia, não tem mais a formação em nível médio no Magistério e tampouco atuam na área educacional – escolas públicas ou particulares.
LEIS DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA – LEI 9.394/96.
O texto da LDB, Lei nº. 9394/96, exige, para a atuação docente na
Educação Básica, a formação em nível superior, admitindo para o exercício do magistério
na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental, a oferecida em nível
médio, na modalidade Normal. Esta exigência pode elevar a demanda pelo Curso de
Pedagogia.
É ela o norte de toda a educação brasileira, inclusive da rede privada. E estabeleceu no capítulo II, seção V a Educação de Jovens e Adultos. No artigo 37 infere que “A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou oportunidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria”. Ou seja, garante uma educação inclusiva e compensatória, promovendo assim o princípio da universalidade.
A EJA é uma política educacional, porém deve ser compreendida também como uma política social. O parágrafo 2° deste artigo, refere ao estímulo ao acesso da população à essa modalidade educacional, assim como oferecer condições de funcionamento dignas para que sejam de fato efetivados os seus objetivos que são os de inclusão social e melhoria da qualidade de vida pessoal e profissional dos educandos.
A EJA é uma política educacional, porém deve ser compreendida também como uma política social. O parágrafo 2° deste artigo, refere ao estímulo ao acesso da população à essa modalidade educacional, assim como oferecer condições de funcionamento dignas para que sejam de fato efetivados os seus objetivos que são os de inclusão social e melhoria da qualidade de vida pessoal e profissional dos educandos.
1.3 A Educação de Jovens e Adultos como demanda a EJA
Embora reconhecida como Educação Básica no parecer do professor Carlos Jamil Cury, sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA, do Conselho Nacional de Educação, é preterida de financiamento, devido ao veto presidencial à contagem das matrículas dos jovens e adultos para fins de repasse dos recursos do FUNDEF. A Educação de Jovens e Adultos enquanto demanda, persiste na educação brasileira pois, segundo o censo de 2000: aproximadamente 14 milhões de brasileiros encontram-se no analfabetismo absoluto; a defasagem idade-série corresponde a 41,7%; a taxa de repetência está em 21,6%; a taxa de evasão escolar é de 4,8%. Segundo Paulo Freire, caracterizando-se muito mais como expulsão.
Acesse : O FINANCIAMENTO DA EJA NO BRASIL: REPERCUSSÕES INICIAIS DO FUNDEB
Além disso, o não acesso ou acesso precário das populações do campo à escolarização inicial e principalmente à continuidade dos estudos, fato este que também repete-se nas áreas urbanas, continua gerando jovens e adultos não escolarizados ou subescolarizados. Observando estes dados, verificamos, como afirma Haddad (1992, p.3), que a demanda por Educação de Jovens e Adultos, no caso brasileiro, “se constitui muito mais como produto da miséria social do que de seu desenvolvimento. É conseqüência dos males do sistema público regular de ensino e das precárias condições de vida da maioria da população, que acabam por condicionar o aproveitamento da escolaridade na época apropriada”.
Embora reconhecida como Educação Básica no parecer do professor Carlos Jamil Cury, sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA, do Conselho Nacional de Educação, é preterida de financiamento, devido ao veto presidencial à contagem das matrículas dos jovens e adultos para fins de repasse dos recursos do FUNDEF. A Educação de Jovens e Adultos enquanto demanda, persiste na educação brasileira pois, segundo o censo de 2000: aproximadamente 14 milhões de brasileiros encontram-se no analfabetismo absoluto; a defasagem idade-série corresponde a 41,7%; a taxa de repetência está em 21,6%; a taxa de evasão escolar é de 4,8%. Segundo Paulo Freire, caracterizando-se muito mais como expulsão.
Acesse : O FINANCIAMENTO DA EJA NO BRASIL: REPERCUSSÕES INICIAIS DO FUNDEB
Além disso, o não acesso ou acesso precário das populações do campo à escolarização inicial e principalmente à continuidade dos estudos, fato este que também repete-se nas áreas urbanas, continua gerando jovens e adultos não escolarizados ou subescolarizados. Observando estes dados, verificamos, como afirma Haddad (1992, p.3), que a demanda por Educação de Jovens e Adultos, no caso brasileiro, “se constitui muito mais como produto da miséria social do que de seu desenvolvimento. É conseqüência dos males do sistema público regular de ensino e das precárias condições de vida da maioria da população, que acabam por condicionar o aproveitamento da escolaridade na época apropriada”.
Nota: À época, no Estado do Paraná, eram mais de trezentas escolas de Ensino Médio com cursos de Magistério. Atualmente, em caráter experimental, funcionam em todo o Estado, apenas quatorze escolas de ensino normal. Conforme já apresentamos, com o PROEM implantado no Estado do Paraná, esta possibilidade não se estabelece, pois as matrículas para a formação de professores em nível médio está praticamente inviabilizada.
Sérgio Haddad declarou sobre a EJA
“É uma educação para pobres, para jovens e adultos das camadas populares, para aqueles que são maioria nas sociedades do para aqueles que são maioria nas sociedades do Terceiro Mundo, para os excluídos do desenvolvimento e dos sistemas educacionais de ensino.” (Encontro Latino-americano sobre no Encontro Latino-americano sobre Educação de Jovens e Adultos Trabalhadores, Educação de Jovens e Adultos Trabalhadores, Olinda, 1993)
“É uma educação para pobres, para jovens e adultos das camadas populares, para aqueles que são maioria nas sociedades do para aqueles que são maioria nas sociedades do Terceiro Mundo, para os excluídos do desenvolvimento e dos sistemas educacionais de ensino.” (Encontro Latino-americano sobre no Encontro Latino-americano sobre Educação de Jovens e Adultos Trabalhadores, Educação de Jovens e Adultos Trabalhadores, Olinda, 1993)
Assim sendo, como afirma Pierro (1992, p.22), não tomar a Educação de Jovens e
Adultos como uma das prioridades é um genocídio educacional ou um suicídio econômico,
pois significa “... relegar à ignorância parcela tão grande da força de trabalho do país, ou
ainda amargar décadas de atraso até que se formem novas gerações”. Porém o que vem
ocorrendo em nosso país e, recentemente, de forma mais acentuada com a implementação
de políticas neoliberais, é a crescente marginalização da educação de jovens e adultos.
2. O pensamento de Paulo Freire e a Educação de Jovens e Adultos no Curso de
Pedagogia da Universidade Federal do Paraná
As disciplinas de Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Estrutura e Funcionamento da Educação de Jovens e Adultos ministradas, respectivamente, no primeiro e no terceiro ano do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Paraná, têm como programas para o seu desenvolvimento: a compreensão das concepções de EJA ao longo da história da educação brasileira; o pensamento de Paulo Freire e a Educação de Jovens e Adultos; as políticas educacionais e as legislações que estabelecem a EJA no Sistema Nacional de Educação, principalmente aquelas relacionadas à década de 90, a compreensão dos determinantes políticos, econômicos, sociais das condições de vida da população, bem como, as condições de acesso e permanência na escola.
Além disso, o entendimento do que significa para um jovem e adulto não ser alfabetizado ou estar subescolarizado, seus saberes, sua compreensão de escola, a interiorização da culpa por não haver se escolarizado quando criança, na idade correspondente a série regular.
O conhecimento de diferentes formas de organização da EJA, buscando atender as demandas desses jovens e adultos por escolarização, também é outro conteúdo necessário à compreensão desta modalidade educacional. Neste processo de trabalho com os conteúdos inerentes a Educação de Jovens e Adultos daquelas disciplinas, tem sido fundamental conhecer o pensamento de Paulo Freire, o quanto influenciou e influencia nas reflexões e práticas educacionais e, mais especificamente, na compreensão do trabalho pedagógico, enquanto professor ou pedagogo progressistas. Assim, nestas disciplinas, buscou-se delimitar para o estudo, algumas obras de Paulo Freire, tomando como critérios para a sua escolha, a temática e o momento histórico de sua elaboração.
Os livros de Paulo Freire escolhidos para o estudo de alunos, alunas e professora foram: Educação como prática da liberdade; Pedagogia do oprimido; Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido, Educação na cidade e Pedagogia da indignação.
Para Freire (1992), a leitura exige uma postura crítica e aberta, radical e não sectária, exige disciplina e rigor, além da paixão de conhecer. A construção desta postura diante do estudo de um texto é uma exigência na formação de educadores com competência e compromisso.
2.1 Paulo Freire: obras escolhidas
Breve apresentação da caracterização das obras ( que justificam a escolha)
O primeiro livro de Paulo Freire, Educação como prática da liberdade, publicado em 1967, foi escrito logo após a queda de João Goulart da Presidência da República. Neste período, Freire participava como coordenador do Plano Nacional de Alfabetização. Esta obra discute as contradições da realidade brasileira, vinculadas aos problemas do desenvolvimento econômico, a falta de participação popular neste desenvolvimento, a condição antidemocrática e a necessidade de inserção crítica do homem brasileiro no processo de democratização. Freire, preocupa-se em encontrar respostas no campo pedagógico para as condições daquele momento da sociedade brasileira. Discute alternativas no processo educativo, basicamente na alfabetização de adultos, que busquem contribuir na inserção crítica do homem no processo de democratização em contraposição à massificação. Para tanto, além de criticar o formalismo mecanicista das práticas de alfabetização que negam qualquer processo de conscientização, critica também a educação brasileira na sua forma bancária de ser.
A Pedagogia do Oprimido foi escrita no período de exílio de Freire no Chile, entre 1967 e 1968. Sua primeira edição saiu em inglês em 1970 e somente em 1975 pôde ser impressa em português. Nela, Freire discute o caráter radical da tarefa revolucionária; a problematização e a dialogicidade dos processos de construção da subjetividade, da educação e da realidade; reflete sobre os antagonismos entre a pedagogia do opressor enquanto educação bancária e a pedagogia do oprimido, enquanto educação conscientizadora e libertadora; a desumanização e humanização de homens e mulheres.
A Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido é uma obra com características biobibliográficas. Nela, Freire revisita, relê e revê as tramas em que a Pedagogia do oprimido teve suas origens e que se imbricam com a sua própria história – a docência, o trabalho no SESI, o exílio, os vários países porque passou, seus encontros e aprendizagens com trabalhadores do campo e da cidade, com militantes de movimentos sociais, com outros intelectuais, com sindicalistas, educadores, amigos e com a família. Retoma e relê, também, as tramas e acontecimentos que se desdobraram a partir de sua publicação. Na retomada das origens e dos desdobramentos que se seguiram a publicação da Pedagogia do Oprimido, Freire atualiza, reafirma e revê suas reflexões. Além disso, analisa e responde algumas críticas feitas à Pedagogia do Oprimido na década de 70, salientando a importância de criticar, porém a necessidade de fazê-lo de forma rigorosa e ética. Freire reafirma, neste livro, a defesa do radicalismo crítico e se posiciona contrário aos sectarismos. Chama a atenção para a necessidade da unidade na diversidade na construção da práxis libertadora.
Na prática educativa progressista - afirma a necessidade do diálogo, do respeito ao saber e a linguagem de senso comum, da problematização, da amorosidade.
Considera a educação - um processo diretivo e político.
A concretização da humanização, enquanto vocação ontológica dos seres humanos é, para Freire, processo que não se faz sem utopia e sem esperança.
Educação na Cidade é um livro em que Paulo Freire responde, em várias entrevistas, sobre o trabalho desenvolvido como administrador público na Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, entre 1989 e 1991. Freire mostra que, com um projeto claramente definido e implementado a favor da escola pública e democrática, é possível “mudar a cara da escola”. Sintetiza como objetivos básicos deste trabalho: a democratização da gestão através da participação de toda a comunidade escolar, principalmente, pelos conselhos de escola; atendimento das demandas, democratizando o acesso à escola; garantia da permanência dos alunos na escola, através de uma nova qualidade de ensino com a construção coletiva de um currículo interdisciplinar e a formação permanente dos docentes, que se funda, sobretudo, na reflexão sobre a prática; buscar a eliminação do analfabetismo.
Pedagogia da indignação divide-se em duas partes:
As disciplinas de Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos e Estrutura e Funcionamento da Educação de Jovens e Adultos ministradas, respectivamente, no primeiro e no terceiro ano do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Paraná, têm como programas para o seu desenvolvimento: a compreensão das concepções de EJA ao longo da história da educação brasileira; o pensamento de Paulo Freire e a Educação de Jovens e Adultos; as políticas educacionais e as legislações que estabelecem a EJA no Sistema Nacional de Educação, principalmente aquelas relacionadas à década de 90, a compreensão dos determinantes políticos, econômicos, sociais das condições de vida da população, bem como, as condições de acesso e permanência na escola.
Além disso, o entendimento do que significa para um jovem e adulto não ser alfabetizado ou estar subescolarizado, seus saberes, sua compreensão de escola, a interiorização da culpa por não haver se escolarizado quando criança, na idade correspondente a série regular.
O conhecimento de diferentes formas de organização da EJA, buscando atender as demandas desses jovens e adultos por escolarização, também é outro conteúdo necessário à compreensão desta modalidade educacional. Neste processo de trabalho com os conteúdos inerentes a Educação de Jovens e Adultos daquelas disciplinas, tem sido fundamental conhecer o pensamento de Paulo Freire, o quanto influenciou e influencia nas reflexões e práticas educacionais e, mais especificamente, na compreensão do trabalho pedagógico, enquanto professor ou pedagogo progressistas. Assim, nestas disciplinas, buscou-se delimitar para o estudo, algumas obras de Paulo Freire, tomando como critérios para a sua escolha, a temática e o momento histórico de sua elaboração.
Os livros de Paulo Freire escolhidos para o estudo de alunos, alunas e professora foram: Educação como prática da liberdade; Pedagogia do oprimido; Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido, Educação na cidade e Pedagogia da indignação.
Para Freire (1992), a leitura exige uma postura crítica e aberta, radical e não sectária, exige disciplina e rigor, além da paixão de conhecer. A construção desta postura diante do estudo de um texto é uma exigência na formação de educadores com competência e compromisso.
2.1 Paulo Freire: obras escolhidas
Breve apresentação da caracterização das obras ( que justificam a escolha)
O primeiro livro de Paulo Freire, Educação como prática da liberdade, publicado em 1967, foi escrito logo após a queda de João Goulart da Presidência da República. Neste período, Freire participava como coordenador do Plano Nacional de Alfabetização. Esta obra discute as contradições da realidade brasileira, vinculadas aos problemas do desenvolvimento econômico, a falta de participação popular neste desenvolvimento, a condição antidemocrática e a necessidade de inserção crítica do homem brasileiro no processo de democratização. Freire, preocupa-se em encontrar respostas no campo pedagógico para as condições daquele momento da sociedade brasileira. Discute alternativas no processo educativo, basicamente na alfabetização de adultos, que busquem contribuir na inserção crítica do homem no processo de democratização em contraposição à massificação. Para tanto, além de criticar o formalismo mecanicista das práticas de alfabetização que negam qualquer processo de conscientização, critica também a educação brasileira na sua forma bancária de ser.
A Pedagogia do Oprimido foi escrita no período de exílio de Freire no Chile, entre 1967 e 1968. Sua primeira edição saiu em inglês em 1970 e somente em 1975 pôde ser impressa em português. Nela, Freire discute o caráter radical da tarefa revolucionária; a problematização e a dialogicidade dos processos de construção da subjetividade, da educação e da realidade; reflete sobre os antagonismos entre a pedagogia do opressor enquanto educação bancária e a pedagogia do oprimido, enquanto educação conscientizadora e libertadora; a desumanização e humanização de homens e mulheres.
A Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido é uma obra com características biobibliográficas. Nela, Freire revisita, relê e revê as tramas em que a Pedagogia do oprimido teve suas origens e que se imbricam com a sua própria história – a docência, o trabalho no SESI, o exílio, os vários países porque passou, seus encontros e aprendizagens com trabalhadores do campo e da cidade, com militantes de movimentos sociais, com outros intelectuais, com sindicalistas, educadores, amigos e com a família. Retoma e relê, também, as tramas e acontecimentos que se desdobraram a partir de sua publicação. Na retomada das origens e dos desdobramentos que se seguiram a publicação da Pedagogia do Oprimido, Freire atualiza, reafirma e revê suas reflexões. Além disso, analisa e responde algumas críticas feitas à Pedagogia do Oprimido na década de 70, salientando a importância de criticar, porém a necessidade de fazê-lo de forma rigorosa e ética. Freire reafirma, neste livro, a defesa do radicalismo crítico e se posiciona contrário aos sectarismos. Chama a atenção para a necessidade da unidade na diversidade na construção da práxis libertadora.
Na prática educativa progressista - afirma a necessidade do diálogo, do respeito ao saber e a linguagem de senso comum, da problematização, da amorosidade.
Considera a educação - um processo diretivo e político.
A concretização da humanização, enquanto vocação ontológica dos seres humanos é, para Freire, processo que não se faz sem utopia e sem esperança.
Educação na Cidade é um livro em que Paulo Freire responde, em várias entrevistas, sobre o trabalho desenvolvido como administrador público na Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, entre 1989 e 1991. Freire mostra que, com um projeto claramente definido e implementado a favor da escola pública e democrática, é possível “mudar a cara da escola”. Sintetiza como objetivos básicos deste trabalho: a democratização da gestão através da participação de toda a comunidade escolar, principalmente, pelos conselhos de escola; atendimento das demandas, democratizando o acesso à escola; garantia da permanência dos alunos na escola, através de uma nova qualidade de ensino com a construção coletiva de um currículo interdisciplinar e a formação permanente dos docentes, que se funda, sobretudo, na reflexão sobre a prática; buscar a eliminação do analfabetismo.
Pedagogia da indignação divide-se em duas partes:
- a primeira delas são “cartas pedagógicas” escritas por Freire pouco antes de morrer. Nas cartas pedagógicas discute a contribuição dos processos educativos, na escola e na família, para a autonomia da criança e dos jovens. Discute a necessidade da liberdade em sua formação, sem que ela vire licenciosidade e a necessidade da disciplina, dos limites, sem que estes se transformem em autoritarismo. Resgata a experiência histórica dos Sem Terra em sua busca por eticizar o Brasil e no direito e o dever que todos temos de mudar o mundo. Diz Freire o “futuro não nos faz. Nós é que nos refazemos na luta para fazê-lo” (2000, p.56) e conclama a todos e a todas para, “em marcha”, ampliarmos e consolidarmos a democracia. Em sua última carta pedagógica, mostra sua indignação com o assassinato do índio pataxó, Galdino Jesus dos Santos, em Brasília. Afirma ele, “Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor” (2000, p.67).
- segunda parte, denominada “outros escritos” são cinco textos – quatro deles escritos em 1996, para conferências ou para publicação em livros, e um intitulado “Descobrimento da América”, em 1992. Nestes escritos, discute as relações entre miséria e alfabetização, os desafios da educação de adultos frente a reestruturação tecnológica e a mídia televisiva. Fala também da denúncia mas também do anúncio, da utopia, do sonho e da esperança e de como a educação pode contribuir nesta construção.
2.2 Paulo Freire e a formação de educadores: contribuições, percepções e reflexões
dos alunos do Curso de Pedagogia
O estudo de livros de Paulo Freire, pelos alunos e alunas da licenciatura em
Pedagogia, conforme registro de seus relatos, os tem levado a conclusão, como Freire
ensina, que a educação exige pesquisa, alegria, esperança, a convicção de que a mudança é
possível e também que a educação é uma das formas de intervenção na sociedade e que
eles, como futuros docentes e pedagogos tem um papel fundamental a desempenhar na
educação e particularmente na escola.
Relato das conclusões pessoais escritas, de alunos e alunas do primeiro ano do
Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Paraná, na disciplina Fundamentos da
Educação de Jovens e Adultos que, no primeiro semestre de 2001, estudaram obras de
Paulo Freire.
N.A.: Por opção, não farei comentários a estas conclusões, por entender que as
mesmas, por si só, explicam a contribuição de Freire na sua formação.
Depoimentos :
“O livro Pedagogia da esperança foi a primeira obra de Paulo Freire que li na
íntegra, só havia lido artigos e citações sobre seus pensamentos.
Sempre tive a esperança de ter uma escola diferente da que se tem, uma escola que
se responsabilize pela educação, que reconheça que todos são capazes de aprender e de
adquirir conhecimentos além dos que já possuem, em que professores e alunos aprendam
numa troca mútua de saberes. E ao ler esta obra, pude perceber o compromisso e o papel de
cada um nesta mudança. Confesso que a cada página que lia, me interessava ainda mais. O que mais
me chamou a atenção, foi o discurso daquele operário que, com seu jeito
simples expôs sua compreensão do mundo, a qual nos vale deter como
aprendizado. Além do mais a obra é toda feita de aprendizados para a nossa
vida.” (Luciane)
“ Apesar de já ter feito magistério, essa foi a primeira vez que li um livro de Paulo
Freire na íntegra. No começo não gostei muito, pois tinha a impressão que ia ser chato e
monótono.
No decorrer do livro fiquei muito impressionada com as experiências vividas por
ele e me chamou a atenção sua teoria pois, durante as aulas que tive no semestre, me
interessei muito pela educação de jovens e adultos.” ( Simone)
“Esta foi a primeira obra de Paulo Freire que eu li, mas com certeza fiquei
bastante motivada a conhecer suas outras obras, visto que ele tem uma
maneira muito simples e verdadeira de falar de temas bem atuais e bem
próximos da nossa realidade. Conhecer as suas idéias foi muito positivo
para mim, como pessoa e como profissional. Agora tenho certeza de que
conhecer o trabalho de Paulo Freire é muito importante para a formação de
qualquer profissional da área de educação, visto que ele nos leva a pensar
na real necessidade que temos de nos definir politicamente e trabalharmos
em coerência com a nossa opção.
Hoje tenho ainda mais claramente a ideia de que a mudança do nosso sistema
educacional para um sistema mais justo, democrático e que realmente atenda a todos os
indivíduos da sociedade, é possível. Desde que tenhamos consciência de que a mudança
não ocorre de um dia para o outro, que a mudança implica em deixarmos todos os
envolvidos participarem e que a permanente formação dos professores é algo
fundamental.”(Sirlei) (Educação na Cidade).
“O que mais nos chamou a atenção foi a questão da conclamação para a
concretização desta utopia que é a democratização da sociedade brasileira, através do
amor, da indignação e da esperança.
Dentre as várias frases lidas neste livro a que mais chamou atenção foi: “mudar é
difícil, mas é possível”. (p.81).
Enfim, após a leitura deste livro, percebemos que mudar realmente é difícil (deve
ser de forma gradativa), mas não é algo impossível; por isso se cada pessoa que ler este
livro, começar a mudar, a educação com certeza irá melhorar (...) A educação de nossos filhos e de nossos alunos torna-se um desafio sempre maior,
diante da magnitude crescente dos problemas que o mundo atual nos propõe. Daí, então,
que a nossa presença no mundo, implicando escolha e decisão, não seja uma presença
neutra, porque a acomodação é a expressão da desistência da luta pela mudança.” (Fernanda, Márcia e Marieta) (Pedagogia da Indignação).
“Confesso que para gostar de ler Paulo Freire tive que recomeçar o livro, e lê-lo três
vezes.
Na terceira leitura me peguei encantada com a luta de Freire não só pela educação,
mas pelo mundo inteiro. Descobri a paixão de Freire pela humanidade e sua incansável
busca na esperança de mudança.
Com Freire aprendi o verdadeiro valor da educação e o que significa
educar, que não é apenas cartilha mas é o mundo, a leitura de mundo, como
ele tantas vezes disse. (...) Espero que o amor de Freire através de seus livros passe e transforme a nossa
sociedade, espero que meus filhos possam crescer sob a liberdade da autoridade, e possam
aprender com professores e professoras apaixonados pela educação tanto quanto Paulo
Freire foi.” (Luciane) (Pedagogia da Indignação)
“Durante o curso de Magistério não tive a oportunidade de ler Paulo Freire, o autor
nem era mencionado, só tomamos conhecimento de sua existência porque seu falecimento
foi durante o curso. No entanto, ao ler a primeira carta já me apaixonei pôr ele, seu
vocabulário é simples, o que facilita muito a compreensão do livro.
Paulo Freire se concentrava nos problemas sociais, nas suas essências, ele criticava
o que tinha de ser criticado e o melhor, apontava soluções, porque mais importante que
apontar o problema é tentar resolvê-lo.
Antes de ler o livro tinha muito preconceito com relação ao MST, ao ver as
reportagens na televisão sobre invasões, sempre defendia os fazendeiros. Agora mudei de
opinião radicalmente, primeiro porque a televisão transmite o que convém sobre o MST e
segundo porque os agricultores têm direito e dever de lutar para conseguir sua terra para
trabalhar, eles são vítimas da má distribuição de renda e terras, são vítimas de um atraso na
reforma agrária. Realmente o livro mudou muito a minha opinião sobre os sem-terra, eles
sim são vencedores porque lutam contra a dominação, O que me deixa até assustada é que
se não lesse o livro talvez ainda estivesse pensando de forma preconceituosa.” Márcia
(Pedagogia da Indignação).
“Sempre tive a concepção de que a educação deve ser neutra, desvencilhada de
concepções políticas. Foi justamente isso que mudou em mim através da leitura da
Pedagogia da Esperança. Paulo Freire nos deixa claro que não existe neutralidade na
educação, todo discurso se reveste de concepções políticas sempre em favor ou contra algo
ou alguém.
Outro aspecto importante do livro é a concepção de oprimido e opressor. De como o
oprimido se apropria do discurso do opressor e a formação crítica que o indivíduo deve ter
para poder enxergar sozinho, livrando-se dos olhos do opressor.
Como educador devo ter o cuidado para não cair no discurso do opressor e
reproduzir as suas ideologias através de minhas atividades. Ser educador é comprometer-se,
identificar-se, lutar pela causa dos desfavorecidos.” Valmir (Pedagogia da Esperança).
“A leitura do livro foi de grande importância para o estudo dessa disciplina.
De fato a leitura do um livro de Paulo Freire faz com que tenhamos uma
visão mais ampla dos conceitos e idéias desenvolvidos por ele em todas as
obras. Além da contribuição para a Educação de Jovens e Adultos, Freire
consegue transmitir a sua grande paixão pelo ato de ensinar, de aprender
sempre e de uma nova escola. As concepções de educação nos fazem pensar
sobre o nosso papel de educadores e a grande função que temos de educar
para transformar e formar cidadãos conscientes dessa transformação.”
Caroline (A Educação na Cidade).
“O educando se torna realmente educando quando e na medida em que
conhece, ou vai conhecendo (...), e não na medida em que o educador vai
depositando nele a descrição dos objetos, ou dos conteúdos.” (FREIRE,
1992, p.47)
Desafios na formação docente
Neste trabalho com alunos da graduação, uma questão de Paulo Freire, para nós
formadores, deve sempre estar presente.
“Como diminuir a distância entre o contexto
acadêmico e a realidade de que vêm os alunos, realidade que devo conhecer cada vez
melhor, na medida em que estou, de certa forma, comprometido com um processo para
mudá-la? (FREIRE, 1992b, p.177)
A educação, enquanto diretiva e política, deve sempre respeitar os educandos,
“possibilitar (...) o desenvolvimento de sua linguagem, jamais pelo blablablá autoritário e
sectário dos ‘educadores’, de sua linguagem que, emergindo da e voltando-se sobre sua
realidade, perfile as conjecturas, os desenhos, as antecipações do mundo novo.” (p.41).
Porém esse respeito não significa que o(a) educador(a) deva omitir seus sonhos, sua utopia,
sua “leitura de mundo”, embora deva salientar aos educandos que há outras “leituras de
mundo”, diferentes e as vezes antagônicas a sua leitura.
Outro desafio que Freire nos coloca como formadores-educadores se refere a
aproximação entre a linguagem acadêmica e a linguagem que os alunos usam quando
chegam à universidade.
Afirma Freire: “a questão ... não é abolir, de nossa linguagem de
professor ... palavras como ‘epistemologia’, ‘sujeito cognitivo’, ‘práxis’, ‘ideologia’...
Não: esses conceitos são absolutamente importantes para nós!... A questão não é aboli-los,
ou renunciar a eles, renegá-los, mas, isto sim, como usá-los de modo que se aproximem do
concreto”. (FREIRE, 1992b, p.177)
Em um processo educativo dialético, como propõe Freire, fundado no diálogo,
educadores e educandos são sujeitos do ato de conhecimento e a curiosidade de ambos, se
encontra na base do aprender-ensinar-aprender, exigindo, para tanto, o exercício de uma
séria disciplina intelectual.
REFERÊNCIA
ZANETTI, M. A. O pensamento de Paulo Freire na formação de educadores: reflexões sobre a educação de jovens e adultos. Acesso em 11 de outubro de 2017. http://www.paulofreire.ufpb.br/paulofreire/Files/seminarios/mesa13-b.pdf
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